quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Força Bruta


Infelizmente, no nosso mercado e na maioria das relações comerciais, predomina a lei do "manda quem pode, obedece quem tem juízo"

Pois bem. Tínhamos até ontem no nosso site uma carta enviada pela Abrablin - Associação Brasileira de Blindagens (www.abrablin.com.br) a todas as concessionárias de carros, alertando contra o risco de se contratar uma blindagem insuficiente, especificamente em relação à "nova" blindagem "para a classe média" lançada pela DuPont (R)(TM)(Todos os direitos reservados)(Salve Salve Amém): o Armura (R)(TM)(Todos os direitos reservados)(Salve Salve Amém)..


Semana passada me chega uma notificação extra-judicial da DuPont (R)(TM)(Todos os direitos reservados)(Salve Salve Amém) reclamando sobre o nosso "uso indevido" da sua marca Armura (R)(TM)(Todos os direitos reservados)(Salve Salve Amém).

Segundo nosso advogado, era preciso remover o comunicado da Abrablin do nosso site e, desta forma, deixar de contribuir com informação para aquelas pessoas que estão considerando blindar seus veículos.

Removi.

Mas copio de novo aqui. Se eles pedirem novamente, eu tiro. Mas enquanto isso, espero poder continuar informando o máximo de pessoas possível.


São Paulo, 22 de Outubro de 2008

ABB-397/2008

À

Concessionária

Att: Presidência ou Diretoria Comercial

Prezados Senhores,

A Associação Brasileira de Blindagens (ABRABLIN/ANDB) – considerando o conhecimento que obteve do projeto "Sistema de Blindagem ****** *********" – vem, por meio desta, manifestar sua preocupação quanto a implementação do mesmo, pois esta poderá oferecer sérios riscos ao mercado de blindagem no Brasil.

Assim, com a autoridade que esta Associação possui – em função de seu trabalho, conhecimento e dedicação ao mercado de produtos e serviços de blindagem destinados à proteção da integridade física e patrimonial da coletividade – e não desejando ser omissa ou conivente com qualquer ação que possa ameaçar a segurança dos usuários e a perenidade do mercado de produtos de proteção blindados, explicita abaixo, suas considerações sobre os principais pontos preocupantes deste Projeto.

Nas apresentações e publicidades que estão sendo realizadas, a ******* dá a entender que desenvolveu um projeto inovador, com "solução tecnológica revolucionária", e que, com isto, pode oferecer uma proteção mais leve, mais barata e que protege o usuário contra 97% das ameaças.

É importante que fique bem claro e esclarecido que, na verdade, o que a DuPont está oferecendo com este projeto "********" é uma proteção balística do Nível I (Norma ABNT NBR 15000), que:

1) não tem nada de inovação tecnológica, pois de longa data esta blindagem é perfeitamente conhecida do mercado;

2) ela é mais leve apenas pelo simples fato de proteger muito menos (são três níveis de proteção de diferença) que a blindagem balística Nível III-A, usada atualmente nas grandes metrópoles;

3) oferece proteção apenas contra agressões realizadas por armas de calibres .22 e .38, em condições bastante específicas de munição (ponta de chumbo);

4) é uma inverdade ameaçadora e até certo ponto irresponsável informar ao usuário que ele está protegido contra 97% das ameaças; primeiro, por estar baseada em informação, no mínimo, de credibilidade discutível; e, em segundo lugar, porque é sábido deste mercado que a as ameaças ocorrem, em sua maioria, com armas de calibres superiores ao .22 e .38;

5) a assertiva acima tem como base as pesquisas realizadas entre as empresas blindadoras avaliadas por esta Associação, que demonstram que aproximadamente 70% dos atentados a veículos de passeio blindados ocorreram com armas de calibres superiores ao .38.

Considere-se ainda, pela sua extrema importância, que, mesmo que fosse explicado corretamente aos usuários as reais condições de proteção dessa blindagem, ela ainda assim seria totalmente inadequada, uma vez que não cabe ao usuário – quando confrontado com a arma que o ameaça – observar, analisar e constatar se a mesma é de um calibre inferior ao . 22 e .38 (Ponta de Chumbo).

Portanto, é de fácil compreensão que qualquer agressão com armas de calibres superiores ao especificado pelo Nível I acarretaria perfurações a esta blindagem, podendo incorrer até mesmo na morte do seu ocupante. O que seria extremamente lamentável e prejudicaria de modo irreversível a indústria de blindagem brasileira como um todo.

A Associação Brasileira de Blindagem entende que, com estes esclarecimentos, está cumprindo seu papel junto ao mercado e a sociedade em geral. E espera que os Senhores Concessionários, após conhecê-los, possam tomar com responsabilidade e sabedoria suas decisões sobre participar ou não, da implementação do referido projeto.

Sem mais, agradecemos a atenção de V.S. e informamos que outras considerações sobre o assunto encontram-se a disposição de todos, no "site" desta Associação ou pelo "email" abrablin@abrablin.com.br.

Atenciosamente,

Alexandre Ret

Presidente da Câmara de Blindadores

Christian Conde Antonio

Presidente da ABRABLIN

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Indústria da Proteção

Durante estes anos na indústria de blindagem, cheguei a dar várias entrevistas sobre o assunto, tanto no Brasil como em outros países. E fatalmente um repórter me saía com essa: “Como você se sente lucrando com a violência?”

A interpretação é que nós, as empresas de blindagem, assim como as empresas de vigilantes, proteção executiva e etc fazemos parte da INDÚSTRIA DA VIOLÊNCIA.

Mais uma vez, permitam-me discordar.

A violência infelizmente está aí. Ela existe. É inerente ao ser humano. O que varia é o nível e a freqüência em que atos violentos ocorrem. Na Suiça, de vez em quando a gente ouve de um ou outro maluco que entra numa escola ou centro comercial e esfaqueia alguém. Aqui no Brasil, 100 pessoas morrem por dia vítimas da violência. E não é “privilégio” nosso não. Todos os grandes centros urbanos de países em desenvolvimento sofrem com o problema. Dados da ONU indicam que morrem no mundo 2000 pessoas por dia vítimas de armas de fogo. Deste total apenas 35% tiveram origem em conflitos armados de cunho político. A maioria é de civis, que tentavam levar suas vidas em áreas de risco.

Assim como a família da notícia abaixo, veiculada pelo Terra.

Eu fico muito triste de ler este tipo de notícia. Não triste “comercialmente”, mas humanamente. Esta família teve muita sorte e sobreviveram – mas se o carro fosse blindado, o problema teria sido evitado. Eu gosto muito de pensar que estou na INDÚSTRIA DA PROTEÇÃO. Que o serviço que fazemos salva vidas. A responsabilidade de controlar a violência é do poder público, da sociedade. A gente aparece pra atender uma necessidade que está aí, ela existe.

Desta vez, a sorte ajudou. Nem sempre se pode contar com ela.

Quem puder, blinde seu carro.

SP: menina de 20 dias sobrevive a capotamento após assalto
25 de agosto de 2010 09h52 atualizado às 09h56

Uma menina de apenas 20 dias e a mãe dela sobreviveram sem ferimentos a um acidente de trânsito em que o pai, baleado em tentativa de assalto, capotou o carro na zona norte de São Paulo. O acidente ocorreu quando o motorista tentou fugir de dois assaltantes, que atiraram no carro da família. As informações são do Bom Dia São Paulo.

O casal saía para entregar lanches no bairro Jaçanã quando foi surpreendido pelos suspeitos. O motorista se apavorou, deu um tranco no veículo e escutou cerca de seis a sete disparou na direção do carro. Desses disparou, três acertaram as costas dele. Mesmo baleado, o comerciante de 40 anos continuou a dirigir e, na altura da ponte Aricanduva, também zona norte, perdeu o controle da direção, invadiu o canteiro central e, segundo a polícia, capotou duas ou três vezes antes de bater em uma árvore. Do banco de trás, a menina foi arremessada pela janela e encontrada a cerca de 20 m do carro sem nenhum arranhão. O motorista foi levado para um pronto-socorro, passou por cirurgia, mas tem quadro estável. Assim como a menina, a mãe também já recebeu alta. Os dois assaltantes fugiram e, até por volta das 9h50, não haviam sido identificados.

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Redação Terra

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Ora, bolhas! (Delaminação de Vidros Blindados)


Um dos maiores pesadelos de quem compra um blindado é ter de vendê-lo após alguns anos de uso. Sim, é verdade, a blindagem deprecia mais rapidamente que o carro e a maioria das lojas oferece preços semelhantes - e às vezes até mais baixos - na hora de comprar um carro blindado usado.

A principal razão disso é a crença de que, após o término da garantia da blindadora, a blindagem "perde a validade".

Isso não é necessariamente verdade.

A deterioração mais visível no carro blindado é a "delaminação" dos vidros - as famosas "bolhas".

Nem todos sabem, entretanto, que estes vidros podem ser recuperados por um valor bem razoável, devolvendo a aparência original do vidro com 6 meses de garantia.

Por que as bolhas aparecem?

O vidro blindado é, na verdade, um "sanduíche" de materiais com características físicas bem distintas. Ele é formado de camadas de cristal e polímeros (policarbonato, poliuretano e polivinil butiral são os mais comuns, mas depende bastante da receita de cada fabricante), que são curvadas em fornos e unidas entre si numa máquina chamada "autoclave". Sob ação de temperatura e pressão (cujos tempos e ciclos são segredo de Estado nos fabricantes), esses diferentes materiais se fundem e se tornam uma única peça.

Com a passagem do tempo e a exposição do vidro às intempéries, essas camadas tendem a se separar - pois cada uma se comporta de forma diferente à ação dessas forças. Quando elas se separam, entra ar e voi là: delaminação.

O processo de recuperação desses vidros é chamado "reautoclavagem" - um neologismo inventado para dizer que o vidro volta para a autoclave onde foi feito e é reprocessado, de modo que as camadas voltem a se unir.

Este processo só funciona se não houver contaminação interna do vidro ou trincas externas.

Em qualquer caso, há risco de quebra na máquina e aí é necessário comprar um vidro novo.

Quando há contaminação da última camada, de policarbonato, é necessário trocá-la.

CUIDADO: Muita atenção, pois existem empresas que removem a camada de policarbonato e não voltam a colocá-la! Esta é sem dúvida a maneira mais fácil de se livrar da delaminação, mas junto com as bolhas está indo a proteção balística contratada.

Existem hoje uma série de empresas "freelancers" que vendem serviços de recuperação de vidros blindados. Cuidado aí, pois o vidro blindado é considerado um produto controlado pelo Exército Brasileiro e, para manuseá-lo, a empresa precisa ser credenciada para tal. Exija o Certificado de Registro (CR) da empresa instaladora e, caso precise substituir alguma peça, exija o Relatório Técnico Experimental (Retex) que atesta que o fabricante do vidro teve sua "receita" aprovada pelo Exército.

Desta forma, você adiciona alguns anos de vida útil a sua blindagem, conseguindo um melhor valor de revenda na hora da substituição.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Complementando o post anterior! Armas apreendidas

Só para corroborar o post anterior com fatos, segue matéria que saiu no G1 - enviada pelo Vinicius Cavalcante, da ABSEG.

Armas calibre 9mm, 45 e outras apreendidas. São armas de mão - se você tivesse uma blindagem nivel I (Executiva, Light, Armura (R), etc) não estaria protegido. OK, este artigo específico fala de um assalto a banco - mas prova que estas armas estão sim em poder dos bandidos. O que garante que eles não planejavam roubar um carro na hora da fuga?

23/06/2010 16h08 - Atualizado em 23/06/2010 16h31

Armas que seriam usadas em invasão de banco são israelenses

Quadrilha fez dois buracos para entrar em cofre de banco no interior de SP.
Grupo usava skates para se deslocar dentro de estreito túnel.

Paulo Toledo PizaDo G1 SP, em São José dos Campos

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Skate túnelSkates serviam para deslocamento no estreito
túnel (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)

As armas apreendidas pela Polícia Federal (PF) em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo, e que seriam usadas por criminosos para invadir uma agência do Banco do Brasil são de fabricação israelense. Segundo a PF, quatro fuzis 556, três pistolas 9 mm e uma 45 foram trazidos ilegalmente ao país e acabaram encontrados por policiais militares na madrugada desta quarta-feira (23), em uma casa no Centro da cidade. Uma pessoa foi detida para averiguação, mas foi liberada.

Veja imagens

Caso os criminosos sejam presos, eles serão indiciados por dois crimes: porte ilegal de arma de uso restrito e tráfico ilegal de armas. “Não houve a concretização do furto. Por isso, não serão indiciados por esse crime”, disse o delegado federal Ricardo Carneiro. Por causa da procedência das armas, será a Polícia Federal, e não a Polícia Civil, que irá investigar o caso.

A quadrilha planejava invadir o cofre do banco por meio de dois túneis subterrâneos. Um buraco foi aberto desde uma casa a poucos quarteirões da agência e, de lá, os criminosos tiveram acesso a uma galeria pluvial. De dentro da galeria, os ladrões abriram um outro buraco. “Eles chegaram perto do concreto sob o cofre”, revelou o capitão da Polícia Militar Adalto Martins.

arte assalto bancoSegundo a PM, casa ficava a cerca de 300 metros da agência bancária. (Ilustração: Arte G1)

Os planos foram frustrados graças ao alerta dado por funcionários do banco. Nos últimos 15 dias, vigilantes e outros trabalhadores estranharam barulhos vindos do chão e chamaram a PM. O setor de inteligência da corporação começou a averiguar a denúncia e acabou encontrando os túneis. Nesta madrugada, os policiais descobriram a casa que servia de base para a quadrilha, na Rua Antônio Sais. Lá foram encontrados, além das armas, ferramentas usadas na abertura do buraco e skates que serviam para o deslocamento no estreito túnel de cerca de 70 cm de diâmetro. “Uma sala estava com terra até o teto”, afirmou o major da PM Nilson Souza Silveira.

Por conta da maneira de agir, a PF não descarta a possibilidade da participação de membros de quadrilhas responsáveis por crimes semelhantes, como o que ocorreu em 2005, no Banco Central de Fortaleza, no Ceará. “Veremos se há alguma relação entre os casos”, acrescentou o delegado Carneiro. Na tarde desta quarta, peritos da PF circulavam pelas galerias para colher evidências que levem aos ladrões. A casa foi periciada durante a manhã.

Copa

Uma das hipóteses levantadas pela PM é que o grupo agiria na manhã de sexta-feira (25), no horário do jogo da Copa do Mundo entre as seleções do Brasil e de Portugal, ou durante o fim de semana. “Para cortar [o concreto], fariam muito barulho. Não podia ser de madrugada nem durante o dia. A Copa seria uma boa oportunidade", disse o major.

Apesar do ocorrido, a agência funcionou normalmente nesta quarta. O Banco do Brasil informou, através de sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre o incidente.

Uma pessoa foi detida no início da manhã. Com a roupa suja, o homem despertou a suspeita da polícia por estar nas imediações da casa. No início da tarde, a PF descobriu que o detido, na verdade, é um interno de uma instituição psiquiátrica que havia fugido. Ele será encaminhado para a instituição.

Túnel foi usado em maior roubo a banco do país

O maior roubo da história do Brasil foi o do Banco Central de Fortaleza, no Ceará, em agosto de 2005. Os ladrões, que levaram R$ 164 milhões, escavaram um túnel de 80 metros de extensão que ligava uma casa ao BC da capital cearense. Foram encontrados R$ 500 mil enterrados em uma caixa de isopor em casa na cidade de São Miguel, no Rio Grande do Norte. Em outubro de 2005, Luiz Fernando Ribeiro, um dos líderes da ação, foi sequestrado e morto. Suspeita-se que ele tenha sido assassinado por policiais civis.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Níveis de Blindagem x Falsa sensação de segurança

Apesar de o assunto ser antigo, muita gente ainda tem dúvidas sobre os níveis de blindagem.

Basicamente, o nível de blindagem que você adquire determina contra quais munições você estará protegido no caso de um ataque. No nosso site tem a tabela completa, o propósito aqui é mais uma análise crítica do que vem sendo vendido/comprado e um ALERTA aos consumidores.

Para ver a tabela completa com velocidades e dados técnicos clique: http://www.trascobremen.com/index.php?option=com_content&view=article&id=10&Itemid=10

Temos basicamente duas categorias de proteção: proteção contra armas curtas (níveis NIJ I a IIIA) e proteções contra armas longas (NIJ III em diante). Nota: NIJ é a sigla de National Institute of Justice, órgão norteamericano que determinou os critérios para acreditação de materiais de blindagem (a princípio coletes e mais adiante materiais para aplicação em veículos. A norma do Exército Brasileiro foi baseada na Norma NIJ).

O nível mais comumente vendido no mercado brasileiro é o NIJ IIIA. Ele protege contra disparos de todas as armas de mão, incluindo a Magnum 44 e a submetralhadora UZI 9mm.

Por que este é o nível mais vendido? Resposta simples: você não precisa conhecer de armas para saber se está ou não protegido na hora de uma ataque. Veja bem: o risco de você dar de cara com uma Magnum 44 no meio da rua é perto de nulo. Esta arma é um revolver de cano longo, bem com cara de faoreste - mas a idéia é que ela tem o maior poder de impacto de todas as armas curtas.

Isto tem duas ramificações:
1. você tem margem adicional de segurança contra disparos de quaisquer outras armas de mão
2. você não precisa titubear: é uma arma curta, de mão? Então relaxe, você está protegido. Só não vale enfrentar se for um fuzil.

Em termos realistas, o nivel NIJ II e até mesmo o IIA podem oferecer proteção para as ameaças que estão por aí. Eles não "fizeram sucesso" porque a diferença de custo destes níveis para o nível IIIA é muito pequeno. A economia não vale a pena.

Aí ano passado, BOTARAM O OVO DE COLOMBO EM PÉ!!!!

"Blindagem para a Classe Média a partir de R$ 16.000,00" "Blinde seu carro pela metade do preço" "Blindagem Armura (R)"

Qual a grande novidade? NENHUMA.

O que este povo está vendendo, nada mais é do que uma blindagem nível NIJ I. Que é testada contra DOIS TIPOS DE MUNIÇÃO:

- calibre 22, munição com ponta de chumbo (soft point), disparada por revolver
- calibre 38, munição com ponta de chumbo (soft point), disparada por revolver

E se for uma munição de calibre diferente? Não resiste.
E se a munição for disparada por uma pistola 380? Não resiste.
E se a munição tiver uma ponta diferente, mais dura? Não resiste.
E a munição das armas da Polícia? Não resiste.

Aí a pessoa pensa: mas quem em sã consciência compra um trem destes???

E a resposta é triste. Essa informação É CAMUFLADA POR QUEM TENTA VENDER!!! A pessoa não fica sabendo que ela vai ter que perguntar para o raio do bandido que arma e que munição ele está usando pra saber se a blindagem dela resiste. Tem até um comunicado da ABRABLIN sobre este tipo de blindagem, está aqui, pra quem quiser ver: http://www.trascobremen.com/index.php?option=com_content&view=article&id=23:comunicadoabrablin&catid=4:noticias&Itemid=5

Uma vez numa comunidade sobre blindagem no Orkut, uma pessoa falou: "Mas se eu só posso pagar R$ 16.000,00 é melhor esta blindagem do que nada!"

DISCORDO EM GÊNERO, NÚMERO E GRAU.

É melhor não ter nada.

O raciocínio é simples: a blindagem serve para proteger a sua vida. O bandido do crime comum quer um bem material. Se você sabe que sua vida está vulnerável ao bandido, ou seja, você não tem proteção, você entrega seu bem material ao bandido e segue com sua vida. Agora, se você ACHA QUE ESTÁ PROTEGIDO, sua reação deve ser diferente. E aí, para proteger um bem material, você acaba perdendo sua vida. Faz sentido?

Uma arma na sua janela, carro não blindado:
você coopera e entrega o que o cara quer.

Uma arma na sua janela, carro blindado de verdade:
você fica tranquilo, sabendo que está protegido, e procura sair do local de risco. Se o cara atirar, a bala não vai passar.

Uma arma na sua janela, carro blindado de mentira:
você resolve fugir, o cara atira, a bala passa.

Simples assim.

Então, cuidado com a falsa sensação de segurança que uma blindagem insuficiente pode gerar!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Histórico do Mercado


O mercado de blindagens no Brasil começou na década de 80 - a primeira empresa foi a Massari Armor, que reinou só durante muitos anos, até a chegada de outras empresas - como a Inbra Blindados, a G5 e a O'Gara-Hess & Eisenhardt

A O'Gara-Hess foi a primeira multinacional a operar no Brasil. Eu e a Irene trabalhamos lá por 8 e 7 anos respectivamente. Eu particularmente comecei antes da empresa ter propriamente uma sede - blindávamos os carros em uma concessionária Chevrolet e eu ficava numa "mesinha" dentro da agência de publicidade que nos atendia. A entrada da O'Gara provocou uma reviravolta no mercado pois, pela primeira vez, havia marketing, assessoria de imprensa, enfim - divulgação.

Isto foi em 1996 - havia 4-6 empresas, cada uma fazendo seus 10-20 carros por mês, contando muito com divulgação boca a boca e tratando o assunto com muito, mas muito sigilo. A O'Gara começou a "abrir" o assunto e acabou sendo bom pra todo mundo.

Lembro do primeiro Salão do Automóvel, no final de 1996. O resultado foi tão bom que lembro de ter recebido um cheque no stand! 50% do valor de uma BMW série 3 que tínhamos no stand. Aliás, no stand também tinha uma carruagem - pra representar o fato de que a empresa havia sido fundada em 1876 como uma fabricante de carrocerias especiais.

Mas o fato é que de meros 5-6 carros que blindávamos no começo de 1996 passamos a uma média de 30 após o Salão. Tivemos que alugar o galpão do lado pra deixar os carros na "fila" pra entrar em produção.

E nessa época era tudo muito difícil. Os vidros eram importados - Pilikington da Inglaterra, AGP da Colômbia ou Isoclima da Itália. Caríssimos, demoradíssimos e um processo sujeito a uma série de percalços: canal vermelho na alfândega significava avisar o cliente de que seu carro ficaria conosco por "tempo indeterminado". E quando o vidro chegava, depois de atravessar o oceano, ainda corria o risco de que a curvatura estivesse errada, ou que tivesse algum outro defeito de qualidade - além do risco de quebra, é claro.

Um outro "boom" significativo veio com a campanha de incentivo que implementamos junto aos concessionários. A Irene foi, em última análise, a responsável por implementar e tornar a campanha um sucesso. 70% das vendas da empresa chegaram a ter origem em indicações de concessionários. (Hoje isto já não é tão bom negócio para o cliente, mas isto é tema de outro post!)

Logicamente o boom não foi só na O'Gara. As empresas que já estavam, cresceram. E muitas outras surgiram. Hoje reza a lenda que existam mais de 100!

A ABRABLIN, Associação Brasileira de Blindagem, mostra um histórico muito legal da evolução da produção de blindados, que abre esta postagem.

A partir de 1999, eu já estava nos Estados Unidos, de onde coordenava o marketing para as operações internacionais da O'Gara, onde fiquei até o começo de 2003. Mas a Irene estava no Brasil pra testemunhar o mega-boom de 2000-2001. A O'Gara, que era marca premium, chegou a fazer 90 blindagens por mês! Imagino as outras marcas com preços mais acessíveis.

Esta "popularização" da blindagem teve alguns pontos positivos, mas também criou alguns cenários perigosos.

Hoje a gente vê por aí cada coisa que é de cair o queixo... existem pouquíssimas empresas que mantiveram seu padrão de qualidade (na minha opinião, somente a Cart) e a esmagadora maioria teve que sacrificar produto pra poder competir em preço.

E é com essa proposta que trouxemos para o Brasil a Trasco Bremen:
1. Somos uma operação boutique. Não vamos fazer mais do que 20 carros/mês porque julgamos ser impossível manter um controle rígido de tudo o que sai da fábrica.
2. Prezamos pela qualidade do acabamento. O carro logicamente não fica 100% original, quem disser que fica está mentindo. Mas deixamos a originalidade ao máximo possível.
3. Prezamos pela segurança. Sobreposição de materiais, materiais com certificado do Exército e de fornecedores idôneos, mão de obra qualificada, projeto detalhado de instalação.
4. Compromisso da melhor relação custo-benefício. Ninguém precisa pagar R$ 70.000,00 por uma blindagem. Não vale. Você vai estar pagando nome. Mas quem paga R$ 30.000,00 por uma blindagem nível IIIA provavelmente está recebendo muito menos do que isso em termos de produto.

Para conhecer a Trasco Bremen, visite www.trascobremen.com.





Meet & Greet - Apresentações

Olá! Meu nome é Adriana Tschernev e sou uma das sócias da Trasco Bremen - empresa de blindagem de carros de origem alemã, estabelecida no Brasil desde 2008.

A outra sócia é Irene Sposito - juntas, temos quase 30 anos de experiência no assunto e esperamos poder compartilhar no esclarecimento de dúvidas, numa campanha pela transparência em um mercado que nem sempre está a altura daquilo que se propõe: proteger vidas.

Seja bem vindo e esperamos que aproveite!